O
município de Paragominas fica no nordeste do Pará. A cidade nem
sempre foi denominada de “Município Verde”, ela se desenvolveu
com a construção da rodovia Belém-Brasília a custas de muito
desmatamentos, degradações e ilegalidades.
Em
2008, a cidade teve o nome incluído pelo Ministério do Meio Ambiente na
lista negra dos municípios que mais desmatavam a Floresta Amozônica. Os
produtores e as empresas locais passaram a sofrer todo tipo de
restrição, inclusive de crédito. A imagem comercial dos produtos foi
duramente atingida. O Ibama e a Polícia Federal, iniciou a operação
“Arco de Fogo”, multando e embargando diversas propriedades.
Era preciso reverter esse quadro, assim teve início uma série de medidas para recuperação das áreas degradadas.
Pocedimentos adotados
- Pacto pelo desmatamento zero e apoio do Imazon
Diversos
setores da sociedade firmaram um pacto pelo desmatamento zero. Foi
solicitado a ajuda do Imazon, Instituto do Homem e Meio Ambiente da
Amazônia, que mapeou todo o território e começou a monitorar mensalmente
os desmatamentos, com a ajuda das imagens de satélite.
A
cidade conseguiu alcançar um dos critérios exigidos para sair da lista
negra do Ministério do Meio Ambiente, ao baixar suas taxas de
desmatamentos para menos de quatro mil hectares, antes eram desmatados
cerca de 30 mil hectares por ano.
- CAR e apoio da ong TNC
Com
o apoio ong "The Nature Conservancy", a TNC, o município atigiu a
segunda meta: inserir pelo menos 80% das propriedades do município no
CAR, o "Cadastro Ambiental Rural". Em março de 2012, Paragominas se
tornou o primeiro município da Amazônia a sair da lista do desmatamento.
- Pecuária Verde
Para
se manter fora da lista, o município precisa mudar a forma de produzir,
daí surgiu o “Pecuária Verde”, um projeto do Sindicato Rural de
Paragominas. O projeto contou com a ajuda de alguns especialistas: o
agrônomo Moacyr Corsi, expert em manejo intensivo de pastagens, o
professor Ricardo Ribeiro, biólogo, grande especialista em recuperação
de áreas degradadas, e Adriano Páscoa, zootecnista, doutor em bem-estar
animal.
A
duração do projeto pode chegar a cinco anos. Inicialmente, o trabalho
será concentrado em seis fazendas, que servirão de exemplos para as
outras.
Alguma etapas do programa:
- Delimitação da área a ser reflorestada - é feito a delimitação das áreas que precisam ser recuperadas e estuda-se a melhor forma de fazer isso. Em alguns caso, basta deixar a área sem roçar e sem aplicar herbicidas para ela se recuperar naturalmente, em outros casos, é necessário investir no plantio de semente ou muda de plantas nativas.
- Enriquecimento da reserva legal - áreas que antes eram consideradas intocáveis, atualmente estão recebendo mudas de espécies nativas que podem ser futuramente exploradas (por exemplo, o cupuaçu).
- Adotar tecnologias nas pastagens - para suprir as perdas de dinheiro e área com o reflorestamento, os fazendeiros foram orientados a adotar o pastejo rotacionado. As áreas antes utilizadas com pastagem extensiva é dividida em piquetes. O gado muda de piquete quando o capim começa a baixar. Essa técnica permite aumentar o número de gados por hectare.
- Bem estar do animal - para melhorar a eficiência da produção, evitar acidentes e gerar lucros foram feitas melhorias nas instalações dos gados, treinamento das pessoas para saber lidar com as particularidades de cada animal. outras.
Paragominas
está no caminho certo para fazer juz a denominação de “Município
Verde”. Como vimos, com o pastejo rotacionado é possível poupar muito desmatamento. Tem que ser estudadas formar que incentive a legalidade mas que também não deixe de gerar lucros. Como citado na reportagem por um dos produtores: "A lucratividade é a chave da legalidade, só teremos atividades andando com a legalidade se elas forem lucrativas".
Fonte:
Comentários
Postar um comentário